Há quase duas décadas, a 4ª Vara Federal de Niterói, no Rio de Janeiro, tem apresentado bons resultados. Creio que o salto de desempenho ocorreu quando eu, como seu juiz titular, trilhei a via pouco usual entre o serviço público e a iniciativa privada, buscando aprender sobre gestão com CEOs e especialistas mundiais.

Juízes e presidentes de empresas têm muito em comum, já que ambos exercem poder. Comungamos da mesma pressão por resultados, temos igual necessidade de tomar decisões graves de forma rotineira –e às vezes frenética–, sofremos com o acúmulo de problemas a resolver e processos a encaminhar, constantemente desejamos ter mais recursos (humanos e materiais) para fazer frente a nossos desafios. Juízes e CEOs estão, o tempo todo, julgando, gerenciando equipes e tendo de fazer chover.

A seara pública também apresenta características semelhantes às das corporações. A empresa “governo” talvez seja a maior do País, presente em todos os municípios, com mais de 10 milhões de funcionários. Existem, no serviço público, os conceitos empresariais de “lucro” –que para nós é o bom serviço prestado– e “acionistas” –o povo.