KNOWLEDGE@WHARTON discute novos caminhos para os APPS de mobilidade.
Pesquisa Opinion Box de setembro de 2020 revelou que 78% dos brasileiros usuários de smartphone já tinham feito viagens de carro por aplicativo e 69% usavam Uber com mais frequência. Ou seja, a empresa estava bem consolidada no Brasil antes da pandemia e até foi valorizada com a covid-19 na comparação com o transporte público – neste há aglomeração e maior potencial de transmissão do coronavírus.
No entanto, se você tentou pegar um Uber recentemente sentiu diferença. O tempo de espera ficou muito maior, motoristas recusam viagens, e a percepção dos usuários é de que os preços subiram – mesmo sem considerar sobretaxas como a decidida pela Câmara dos Vereadores de São Paulo. A redução de motoristas seria a explicação.
Isso coincide com o que está acontecendo nos EUA. O Uber americano informou que teve 22% menos motoristas no primeiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período do ano passado. A combinação de menos oferta (motoristas) e mais demanda (viagens) empurrou as tarifas (precificação dinâmica) para a estratosfera. A empresa de pesquisa Rakuten Intelligence descobriu que o custo das viagens no Uber e de seu rival Lyft era cerca de 40% mais alto em abril de 2021 do que o de um ano antes. Lá e cá, os motoristas teriam sumido por razões sanitárias.