Apesar disso, as Havaianas não foram sempre tão populares e famosas. Com a modelagem inspirada no “zori”, um tipo de chinelo japonês feito com palha de arroz, os criadores das Havaianas venderam seu produto primeiramente à classe trabalhadora de renda mais baixa e a famílias cujo acesso a calçados confortáveis e duráveis era restrito. Para chegar às cidades e municípios remotos que seus consumidores viviam, os executivos da Alpargatas (empresa que detém as Havaianas) montaram uma frota de vendedores que ia até o interior do Brasil com Kombis cheias de chinelos. Os moradores das pequenas cidades faziam filas para receber os vendedores conforme eles chegavam, ansiosos para comprar as sandálias confortáveis e baratas vendidas em saquinhos plásticos.

Em apenas dois anos, a maioria dos trabalhadores de baixa renda do Brasil tinham um par de Havaianas. Em 1980, o governo do país incluiu as Havaianas na lista de itens fundamentais da vida do brasileiro.

Graças ao apoio de celebridades e a excelentes campanhas de marketing, os chinelos foram gradualmente se sofisticando e expandindo internacionalmente, com varejistas como Nordstrom e Saks Fifth Avenue vendendo os produtos nos Estados Unidos. Ainda assim, as Havaianas não perderam a sua identidade de chinelos para o dia a dia.