É inevitável discutir a maior tragédia ambiental e social causada por uma empresa no País: o caso da Samarco e o estouro de sua barragem na região de Mariana, Minas Gerais, em 2015, que matou 18 pessoas e deixou um rastro de lama inesquecível sobre sua reputação, embora comentar crises em que não estive envolvido diretamente seja algo que reluto em fazer.

De acordo com o Relatório de Sustentabilidade da Samarco de 2014, a empresa tomava as medidas preventivas corretas: promoveu mais de 30 seminários de avaliação de riscos, mapeando 24 riscos considerados materiais e 48 não materiais, para os quais foram enumeradas mais de 500 iniciativas para tratamento. Na esteira disso, implantou um sistema de prevenção e gestão de crise e realizou exercícios de simulação para examinar sua capacidade de resposta em situações de emergência.

Então, como explicar o fato de ser pega de surpresa? Há duas hipóteses: ou estava só parcialmente preparada (não para “o pior”), ou superestimou sua capacidade – ou ambas as coisas.