No mundo dos negócios, as ideias que colam são as que respondem a necessidades ou demandas de seu tempo. Pense na gestão da qualidade total [TQM, na sigla em inglês] nos anos 1980; na reengenharia nos anos 1990; na estratégia da base da pirâmide na primeira década deste século.

Se você está à procura de uma ideia que possa repercutir nos próximos anos, uma das principais concorrentes talvez seja a do cradle to cradle [literalmente, do berço ao berço], que argumenta basicamente que nossa atitude em relação ao meio ambiente tem de mudar. Hoje, as empresas já ficam felizes de ser um pouquinho melhores. Sentem-se virtuosas sim­plesmente por reciclar alguma coi­sa, reduzir o consumo de energia ou algo do gênero. O conceito cradle to cradle, no entanto, sustenta que nossa atitude em relação a produtos e produção ainda se mantém como na Revolução Industrial.

Em seu livro Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things [lançado nos Estados Unidos em 2002 pe­la North Point Press], o arquiteto nor­te-americano William McDonough e o químico alemão Michael Braungart propuseram o principal argumento que respalda o conceito: “A infraestrutura industrial, desenhada para o crescimento econômico, faz isso à custa da saúde humana e ambiental e da riqueza cultural e natural. Com exceção de alguns poucos efeitos positivos, a maioria dos métodos e materiais industriais se caracteriza por contribuir para esgotar os recursos”. Mas o certo, segundo os autores, é que se podem criar produtos e serviços que gerem valor ecológico, social e econômico.