O recém-divulgado estudo Consumer Response to Package Downsizing: Evidence from the Chicago Ice Cream Market, realizado por dez anos com fabricantes de sorvete de Chicago, fez a seguinte descoberta: os consumidores reagem menos à redução de embalagens do que ao aumento de preços (em especial, os de maior renda). E, de fato, cada vez mais fabricantes norte-americanos estão adotando essa estratégia como solução para manter seus lucros diante do aumento de custos de produção.

Segundo os autores do estudo –Metin Çakir, da University of Saskatchewan, do Canadá, e Joseph V. Balagtas, da Purdu e University, dos EUA–, os consumidores reagem quatro vezes mais negativamente ao aumento de preços do que à redução do sorvete ofertado. A redução do tamanho da oferta incomoda mais as famílias maiores e de menor renda e/ou nível de emprego.

Será que a mesma barreira psicológica prevalece no Brasil? Há empresas adotando localmente a estratégia da embalagem menor, como a Unilever (potes de sorvete Kibon foram reduzidos de 2 litros para 1,5 litro) e a PepsiCo (a embalagem da aveia Quaker diminuiu de 250 gramas para 200 gramas), mas sob o protesto de alguns consumidores, embora as empresas tenham comunicado a redução durante três meses, como determina a lei.