Meu livro Hackers: heroes of the computer revolution foi lançado há pouco mais de 25 anos. Meu editor me pediu que eu fosse ambicioso, e foi o que fiz, defendendo a tese de que os hackers –programadores brilhantes que descobriram mundos de possibilidades dentro dos limites de um computador –eram os elementos-chave de uma transformação digital ampla.

Não esperava chegar a essa conclusão. Quando iniciei meu projeto, via os hackers como pouco mais do que uma subcultura interessante. No entanto, à medida que pesquisava sobre eles, descobri que sua capacidade de se divertir e a pouca importância que davam para o que os outros consideravam impossível levaram a descobertas que definiriam as experiências de milhões de pessoas com os microcomputadores.

Os primeiros hackers do Massachusetts Institute of Technology (MIT), por exemplo, foram os que perceberam que o computador pessoal podia ser usado para processar textos. Criaram o programa “Expensive Typewriter” (máquina de escrever cara), um nome bastante apropriado já que custou US$ 120 mil. Os engenheiros rebeldes do Homebrew Computer Club, do Vale do Silício, foram os pioneiros em utilizar os novos chips de baixo custo para construir microcomputadores. E a maioria deles o fez pelo simples prazer de dar início a algo arrebatador.