Qualquer hábito torna a nossa mão mais engenhosa e o nosso gênio mais desajeitado, segundo Friedrich Nietzsche. Para Erasmo, não há nada de tão absurdo que o hábito não torne aceitável. Para Ovídio, nada é mais forte do que o hábito. Mark Twain defende que não se larga um hábito arremessando-o pela janela; é preciso fazê-lo descer a escada degrau a degrau. Já Georges Courteline defende que é mais fácil trocar de religião que de marca de café.

Entender o processo de valoração que se efetiva nas trocas é compreender os hábitos aos quais as pessoas são condicionadas em sociedade, determinantes de muitas de suas condutas.

Segundo o estudo Habits — A repeat Performance, 45% de nossos comportamentos diários são hábitos e não decisões de livre arbítrio – desde que efetivadas nos mesmos contextos: ver as novidades nas redes sociais, fazer exercícios, se alimentar. São rotinas neurológicas que nos permitem executar tarefas de forma repetitiva, sem precisar pensar. “Hábitos nos mantêm fazendo o que sempre fizemos, apesar de nossas boas intenções de fazer de outra forma”, dizem os autores.