C.K. Prahalad nos deixou no último dia 16 de abril. Foi embora de repente –ou sem pedir licença, se fosse um poeta a dizê-lo–, no ápice de sua produção intelectual. Foi o líder indiscutível das últimas duas edições do Thinkers 50, o mais prestigioso ranking mundial de pensadores da gestão (2007-2008 e 2009-2010), tendo abaixo de si nomes do calibre de Bill Gates, Michael Porter, Gary Hamel, Tom Peters e Jim Collins, entre outros.

O ilustre pensador indiano se despediu tendo conseguido executar, embora não sozinho, o que nenhum predecessor seu sequer tentou –pôr os países emergentes no mapa da competitividade mundial. Deu uma contribuição inigualável para a criação de um capitalismo social, mais equânime e justo, mediante a inclusão pelo consumo da camada mais baixa da pirâmide socioeconômica do mundo globalizado, o que vem transformando radicalmente a visão das organizações de negócios e colocando-se de uma vez por todas na trilha da inovação.

HSM Management publica a seguir uma de suas últimas entrevistas, em que Prahalad organizou –e costurou– seus conceitos principais como causas e consequências, das competências essenciais à cocriação de valor, passando pela riqueza na base da pirâmide, e mencionando até as redes sociais online, além de ter explicitado a necessidade de criar um capitalismo social na forma de sistemas de microconsumidores, microinvestidores e microprodutores, urgente para a sobrevivência dos negócios, das pessoas e do planeta. O revolucionário pensador salientou, aliás, que não há outro caminho: esse objetivo será alcançado somente se as empresas colocarem a inovação a serviço da sustentabilidade. No quadro da página 110, o chief knowledge officer da HSM, José Salibi Neto, traduz e homenageia esse que foi um de nossos melhores palestrantes, enquanto os quadros das páginas 106 e 108 fazem um apanhado de sua vida e obra.