John Hope Bryant foi um dos encarregados da sessão de fechamento do Fórum Econômico Mundial 2009 com o fundador do evento, Klaus Schwab, e o arcebispo Desmond Tutu, entre outros. Nessa ocasião afirmou que “teremos de nos habituar à nova realidade de um mundo que não passa por uma recessão cíclica, mas que foi radicalmente ‘ressetado’, reinstalado, reprogramado”. O eixo dessa mudança radical, garante, está nas convicções mais profundas dos líderes empresariais, dos responsáveis pelas políticas públicas, dos indivíduos, quanto ao sentido da atividade econômica.

Como muitos outros estudiosos da relação entre empresa, economia e sociedade, Hope Bryant afirma em um texto recente que “a última crise econômica e financeira é a manifestação de uma crise generalizada mais profunda”. Uma crise de valores, que terminaram relegados pela cobiça dos que têm mais, dos privilegiados pelo sistema, dos que “se aproveitam da assimetria derivada do ‘analfabetismo financeiro’, essa falta de conhecimento de alguns que nutre a atitude quase predadora dos outros, os que dominam o dinheiro, sua linguagem e sua dinâmica”. O capitalismo não é o problema, diz, e dá como exemplo a pessoa que, sob as regras desse sistema econômico, concebeu a noção de “empresas sociais” e criou o Grameen Bank e o microcrédito em Bangladesh: Muhammad Yunus. Isso é o “bom capitalismo. Um mar que eleva todos os botes, e não só os iates, e não se limita a fazer ondas ao ritmo de ‘como posso fazer mais dinheiro’”.

“Há duas forças primárias que movem a psique humana: o medo é uma; o amor, a outra. A maioria dos que decidem escolheu o modelo do medo”, diz. Mas, enquanto luta com “o dia seguinte”, o mundo dos negócios começa a prestar mais atenção a uma tendência crescente de modelo de liderança, mais responsável, mais respeitoso, mais espiritual. Em seu livro Love Leadership: The New Way to Lead in a Fear-Based World (ed. John Wiley), Bryant aborda cinco princípios básicos: