Uma aula com Clay Shirky na New York University costuma ser um evento empolgante. É que esse porta-voz da cultura digital fala com tanto entusiasmo do impacto social e econômico da tecnologia que não há como não se deixar seduzir.

Sua razão principal é consistente: nas últimas seis décadas, mais precisamente desde o final da Segunda Guerra Mundial, o tempo livre dos habitantes do mundo industrializado cresceu consideravelmente –entre outras razões, pela maior expectativa de vida e, em muitos países, pela redução da jornada de trabalho. Se, no início desse processo, as pessoas destinavam essa maior quantidade de horas livres para ver televisão, nos últimos anos, dirigiram seu lazer para criar coisas novas e diferentes.

Ou seja, o consumo passivo começou a diminuir e, em contrapartida, aumentou o que Shirky chama de “consumo participativo”, especialmente entre os jovens. Como sabemos, eles não apenas veem vídeos online, mas comentam, compartilham e até têm a possibilidade de nomeá-los e classificá-los. Essa turma passa muito mais tempo gerando conteúdo do que faziam seus pais e avós.