Em 1991, aos 21 anos de idade, o finlandês Linus Torvalds era estudante na University of Helsinki e um hackerautodidata. Eles se interessava por sistemas de computação, fazia programação na linguagem assembly e se divertia com o assunto. Em seu PC novo em folha, em vez de escolher o DOS ou o Windows como sistema operacional, queria colocar o Unix, que usava na universidade. Mas por questões financeiras optou pelo Minix, específico para projetos educacionais, que era mais limitado. Então, resolveu aprender tudo o que fosse possível sobre sistemas, e assim começou a surgir a primeira versão do Linux.

Torvalds conta, contudo, que teria ficado entediado com a criação do Linux se não tivesse tomado a decisão de convidar outros participantes para desenvolvê-lo conjuntamente. Seu impulso inicial para tornar público o código-fonte do Linux não era o desejo de ter ajuda para desenvolver o sistema, e sim o fato de se sentir orgulhoso pelo que havia feito e querer sugestões sobre os rumos a seguir. E as primeiras colaborações tinham menos a ver com a participação no desenvolvimento; eram sobretudo consultas sobre o que os outros achavam necessário. “Quando as pessoas começaram a me mandar mudanças, estas se converteram em uma extensão natural do projeto”, relembra Torvalds.

Nesta entrevista, passados 21 anos, ele revê os desafios do código aberto e observa que sua motivação para a cocriação, assim como a dos colaboradores, é basicamente egoísta: interesses diversos são satisfeitos com esse tipo de trabalho colaborativo. E mostra-se convicto de que sistemas centralizados nunca funcionarão tão bem quanto ambientes distribuídos.