Após uma propaganda machista brincando com a violência doméstica a que foi submetida, a cantora Rihanna chama seus fãs a boicotar o Snapchat e derruba as ações do app em quase 5% na bolsa. Por sua vez, Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, é chamado a depor no Congresso dos EUA, em função do caso Cambridge Analytica, em que dados dos usuários foram usados sem autorização. Estarão as mídias  sociais em crise?

Para Rodrigo Tafner, coordenador do curso Tech da ESPM-São Paulo, esses casos são ajustes de rota próprios de uma nova indústria. “O episódio do Facebook foi positivo no sentido de que provavelmente as políticas se tornarão mais severas e isso é bom. Mas, sendo realistas, privacidade mesmo não existe mais. Ao se inscrever em uma rede, você já autoriza o uso dos dados.” O mesmo pode ser dito sobre o Snapchat e o respeito à equidade de gênero.

Talvez o FB e o Snapchat estejam entrando em uma nova fase de ciclo de vida dos produtos de mídia digital. “Nada impede que vivam o mesmo processo do Orkut”, diz Tafner. E há novos entrantes, como o Vero, que pretende ter menos algoritmos de direcionamento, e a Unnon, criada por brasileiros em Londres com a promessa de tirar as pessoas de sua bolha  social, incitando-as a interagir com gente diferente.