Como definiu um analista brasileiro, 2016 foi um ano em que Nassim Taleb superou Warren Buffett. A comparação se deveu à preponderância de eventos aleatórios e da desordem no mundo, conceitos caros ao matemático e analista de risco libanês radicado nos Estados Unidos. A razão do financista da Berkshire Hathaway teria perdido espaço.

O ano de 2017 também está tendo momentos de caos. No Brasil, a denúncia dos empresários da JBS contra o presidente Michel Temer, em maio, chegou a ser chamada de cisne negro – outro conceito de Taleb – por sua tamanha imprevisibilidade. Os fundos multimercados chegaram a perder 18% do valor em um único dia. 

Taleb jogou os holofotes sobre a aleatoriedade em 2007 e, passados quatro anos, propôs a abordagem da antifragilidade, que permitiria a pessoas e organizações se beneficiarem do caos. Muitos dos sistemas que  conhecemos hoje são frágeis, e ele ilustra isso com o trânsito: às vezes, um único carro que entra em uma rua basta para triplicar o tempo gasto em percorrê-la; é um resultado desproporcional, assimétrico – na verdade, se o trânsito se tornasse antifrágil, o carro extra melhoraria a mobilidade na tal rua.