Onipresente só Deus é. Foi o que aprendemos, pelo menos os não ateus nem agnósticos, na infância. Pois Onipresente também é o livro de Ricardo Cavallini, especialista em comunicação interativa, que contextualiza a transição atravessada pela atividade de marketing atualmente, ajudando os profissionais da área a entender –e a preparar-se para– os possíveis cenários futuros. Onipresente é, na verdade, a internet na vida das pessoas, plugadas nela 24 horas por dia. E fato é que a onipresença está modificando o modus operandi das empresas ao lhes tirar a segurança dos modelos de negócio predefinidos e estáveis e substituí-los pela máxima “cada caso é um caso”. Se o especialista em tecnologia da informação e inovação Silvio Meira tem dito que o mundo do futuro será um eterno beta teste, Cavallini garante que o cotidiano das empresas será escolher entre vários modelos de negócio e testá-los.

Em entrevista exclusiva a Adriana Salles Gomes e Jorge Carvalho, respectivamente editora-executiva de HSM Management e coordenador de projetos especiais da HSM, Cavallini conta como as empresas podem adaptar seus modelos de negócio aos quatro Es do mix de marketing, além de conceituar o modelo beta e ilustrá-lo com o case de seu livro, desenvolvido conforme preceitos da quinta e da sexta ondas da inovação.

Com 20 anos de experiência em interatividade, o que Cavallini fez foi adicionar ao slogan informal do Google, “always beta”, conceitos como o consumidor pós-consumo (sem tempo) de Seth Godin e o freemium de Chris Anderson e adaptá-los ao Brasil. Bem--humorado, resume: “Nada aqui é igual, né? Deus é onipresente, mas, em nenhum outro lugar, é brasileiro”.