Kazumi Murose, mestre da arte urushi, de pintura em laca, e formado pela Universidade de Arte ArtesTóquio, foi declarado “patrimônio nacional” pelo governo japonês. Motivo: seu esforço em “manter a cultura da excelência” —ou, como Murose o traduz, saber inovar sem destruir a tradição. “Cada geração traz contribuições, técnicas e formas novas para manter o que existe. A tradição é uma maneira de inovar o tempo todo”, diz o artista.

Murose não está sozinho. Juntam-se a ele a seleta fabricante de relógios de luxo suíça Vacheron Constantin, aberta em 1819, na Suíça; a Bulgari, empresa de origem grega que faz joias e hotéis únicos; a Fazioli Pianoforti; a Zai Skis; a Pagani Automobili; a Stradivarius.

Amor pelo ofício, perseverança, humildade e capacidade de se recriar são as bases “sobre as quais se erguem os sucessos únicos”, ensinam Manfredi Ricca e Rebecca Robins, diretores da firma de consultoria Interbrand Europa e autores do livro Meta-Luxury: Brands and the Culture of Excellence (ed. Palgrave Macmillan), em que apresentam relatos fascinantes dos criadores de alguns dos objetos mais bonitos e singulares disponíveis no mercado —de pianos, carros e esquis artesanais a peças japonesas feitas de laca, conhecidas como urushi—, e defendem que os produtos realmente luxuosos resultam do amor pela produção e da síntese entre a tradição e a inovação.