No passado, a pesquisa prévia à tomada de uma decisão implicava consultar bibliografia e, no máximo, entrevistar alguém. Hoje significa lidar com uma quantidade imensa de e-mails, mensagens no Twitter, comentários no Facebook e uma enxurrada de informação vinda de inumeráveis aplicativos. Quando o sujeito acha que está convicto de algo... um novo dado o faz mudar de opinião. Isso não é bom.

Nicholas Carr, autor de The shallows: what the internet is doing to our brains (ed. W.W. Norton), acha que, na hora de tomar decisões, “quanto menos informação, melhor”. Carr toma seu argumento emprestado de uma pesquisa realizada pelo Center for Neural Decision Making, da Temple University (Filadélfia, Estados Unidos), a qual descobriu que a enorme quantidade de informação disponível dis-persa as pessoas, comprometendo a ha-bilidade para decidir de maneira inteligente. Entre as principais razões estão o fato de a mente dar maior peso à informação mais recente, e não à mais importante ou à mais interessante.

O cérebro qualifica o último e-mail, tuíte ou comentário no Facebook como uma mudança. “Receber 30 textos por hora até tomar uma decisão implica que a maioria dessas mensagens derreterá como gelo em chapa quente, enquanto as duas últimas se converterão nas mais relevantes”, diz George Loewenstein, líder do departamento de ciências sociais e da decisão da Carnegie Mellon University, na Pensilvânia, EUA.