Tudo é cíclico. Gary Vaynerchuk sustenta em seu último livro, The thank you economy, lançado em março deste ano, que a história dos negócios voltou ao começo e, assim, para prosperar neste mundo altamente competitivo, as empresas devem reinventar-se à luz das ideias que as ajudaram a crescer mais de cem anos atrás. Ironicamente, graças à onipresença da tecnologia e das redes sociais, vivemos outra vez no mundo do “boca a boca”, porém ampliado. “Quando tuitamos, por exemplo, ‘Adoro o suco da marca X’, estamos compartilhando pensamentos que há muitas décadas não seriam debatidos dessa maneira, pois jamais o telefone seria usado para esse tipo de conversa”, escreve Vaynerchuk.

De acordo com o autor, as redes sociais voltaram a “humanizar” as empresas e a dar voz aos consumidores, pois abriram um canal de comunicação entre ambos. Antes da internet, e mesmo da televisão, a sociedade vivia em comunidade com as organizações: empresas e clientes formavam uma grande família. E o que trazia sucesso às companhias de então –considere os armazéns, as lojas de venda de produtos especializados e até as concessionárias de automóveis– era justamente o estreito relacionamento com os clientes. Conhecia-se cada um pelo nome, quem eram seus filhos e se sabia se haviam ido à igreja no domingo anterior.

“Acredito mesmo que, hoje, as redes sociais sejam a melhor arma das empresas para manter os clientes”, aponta Vaynerchuk. Ele acrescenta que não há investimento de marketing nos meios tradicionais capaz de igualar o poder dessas plataformas. O autor exemplifica com uma série de casos –Barnes & Noble, Borders, Amazon e outros empreendimentos de menor porte– para demonstrar que as companhias mais rentáveis são as que souberam elevar, a uma escala surpreendente, a atenção personalizada, que era comum há um século e que hoje só pode ser conseguida nas redes sociais, onde os clientes fazem o boca a boca de marcas e produtos.