“Hoje apenas 5% da população mundial está conectada à internet. Mas, uma vez que passarmos a ter 20% ou 25% de penetração de banda larga no planeta, o que se prevê que ocorra em três anos, a forma de fazermos negócios e de nos comunicarmos terá mudado para sempre.” Gerd Leonhard, que foi considerado o grande futurista da mídia pelo The Wall Street Journal, está seguro de que não há exagero nessa projeção. Para ele, paradigmas da gestão contemporânea, como a “cultura do atrito”, estão prestes a cair por terra, o “problema do pedágio” para conteúdo será finalmente resolvido e o “mobile” se espalhará pelo planeta.

Resultados possíveis? São diversos. Quem obtiver a atenção dos consumidores, seja um blogueiro, uma editora de livros ou uma telecom, conseguirá cobrar por isso –e bem. Capital social será o principal fator de lucro e atenção, um item de luxo. Acesso terá mais valor que produto. Dados pessoais funcionarão como moeda de troca. Essas e outras mudanças admiráveis (e assustadoras talvez) são esboçadas a seguir por Leonhard, que não hesita em apontar a transformação fundamental das empresas de telecomunicações –e, se extrapolarmos, de todas as empresas, de certa maneira: terão de esquecer a telefonia –ou deixar de ficar longe dos consumidores; o significado de têle em grego é “longe”– e concentrar-se em serviços de conteúdo –ou na comunicação para captar a atenção das “pessoas antigamente conhecidas como consumidores”, para usar as palavras de Leonhard.

Qual é o futuro do conteúdo móvel? É realmente possível prevê-lo? E como afetará as empresas?