O jeito de ser do Magalu traz à tona características de um novo modelo de organização alinhado ao futuro, a neoempresa. No artigo, o autor analisa a transcendência do Magalu para esses novos paradigmas, compreendendo fatores que fizeram parte de sua transformação de uma rede de lojas vendedora de produtos para transformar-se em um impressionante ecossistema varejista integrado. São princípios e práticas que podem ser adotados para orientar e transformar outras organizações.
O Magalu não é apenas uma empresa. Transcendeu. É uma neoempresa. Faz a síntese do que é aparentemente impossível: a conexão entre o mundo físico (suas 1,3 mil lojas) e o digital (seu poderoso marketplace); a articulação de uma espécie de yin-yang entre seu quadro de colaboradores e seus milhões de clientes e uma sinergia entre três gerações pouco percebida em companhias de origem familiar muitas ainda tropeçam no desafio da sucessão saudável. Além de tudo isso, o Magalu baseia seu modelo de negócios em uma valiosa premissa: quanto mais sofisticada a tecnologia, maior a necessidade de contato humano.
Quando assumiu a presidência da companhia em 2016, Frederico Trajano resumiu sua visão do negócio, dizendo: “Magalu será uma empresa digital, com presença física e muito calor humano”. Dito e feito! De uma rede de lojas vendedora de produtos, o Magalu conseguiu transformar-se em um impressionante ecossistema varejista integrado
O que Fred não verbalizou foi o fator decisivo que caracteriza o Magalu como uma neoempresa: uma gigante com alma de startup. Esse traço de seu DNA possibilita a inovação constante, sem perder sua essência. Vale a pena ressaltar a importância desse jeito de ser Magalu, pois parece que as empresas tradicionais, que já atuam em mercados amadurecidos e consolidados, são de Vênus, enquanto as empresas mais inovadoras, em especial as startups, são de Marte. É como se habitassem planetas diferentes.