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Então, bem-vindo à HSM. Obrigado por vir. -É um prazer tê-lo aqui. -Obrigado, estou feliz por estar aqui. Que bom. Muito obrigado.

Então, o que é liderança criativa? E como esse conceito está presente em empresas bem-sucedidas? Então, liderança criativa é uma disciplina que se trata de fazer arte...

Desculpe, é uma disciplina para fazer com que ideias e pessoas cresçam.

É uma orientação de liderança que se distingue de muitas outras. Negócios habituais não são liderança criativa. A implementação não o é necessariamente também.

Faz mais sentido quando quer que algo surja. Quer que algo surja que não estava ali antes. É essencialmente trazer a criatividade para o jogo

para fazer com que ideias e pessoas cresçam.

Então, onde ela se expressa dentro de empresas bem sucedidas varia um pouco. Porque frequentemente nas empresas ela existe, mas simplesmente não a chamam de liderança criativa.

Mas essencialmente, há muitos elementos presentes em empresas bem sucedidas. Por exemplo: Empresas bem sucedidas tendem a ser boas em aproveitar a criatividade e as ideias das pessoas.

Como fazem isso? Bem, varia de empresa para empresa, dependendo um pouco da cultura. Algumas pessoas têm sistemas muito rígidos para trazer ideias à frente.

Enquanto que outras são muito mais soltas. Mais do que qualquer outra coisa, na minha perspectiva, a liderança criativa tende a formar a cultura da organização.

E de certa forma nos ajuda a descobrir como podemos estar juntos para realizarmos ideias e aspirações das pessoas. Então, como tal, implica mais na cultura do que talvez no sistema.

O que a torna mais positiva, na minha perspectiva.

O mundo hoje em dia... Bem, vivemos em uma época louca. Em tempos loucos. Então, o mundo está experimentando várias crises. A sociedade está mudando e discutindo

conflitos sociais, políticos, e vários outros.

Qual é o papel real do líder criativo em tempos como estes? Então, se olharmos um pouco antes para o que era nossa suposição sobre liderança, era que o líder era alguém que sabia o que era necessário;

sabia qual era o caminho certo adiante. Não é só que sabia que precisávamos de ideias; qualquer ideia em que pudéssemos pensar.

Mas mais que isso, sabia quais ideias eram as certas. Na nossa sociedade atual, chegamos ao entendimento de que não é tão fácil. Não sabemos realmente qual será a melhor ideia para o amanhã.

Não sabemos quais ideias necessariamente resolverão nossa crise do clima, ou na Europa os desafios da imigração. Tampouco sabemos qual tecnologia salvará o futuro para os nossos negócios;

nem quais produtos deveríamos ter como meta. Há tantas incertezas envolvidas. Podemos ver certos traços, que nos ajudam a obter uma ideia,

ou o que cremos que será o futuro. Mas essencialmente, não sabemos. Liderança criativa pode servir como uma orientação

para como trabalhar com o surgimento; como trazer à tona novamente aquelas ideias que podem nos ajudar a moldar o futuro que queremos construir.

Então, nesse sentido não é uma orientação para um líder ser muito autoritário e ter as explicações e respostas para tudo. Se trata mais do líder que pode navegar em tempos turbulentos;

que sabe como lidar com situações complexas, e sabe como fazer com que as pessoas colaborem de uma forma mais inteligente. Quais são suas impressões sobre os líderes brasileiros?

E quais são suas recomendações para os nossos líderes serem mais criativos?

-Essa é uma pergunta difícil. -Ela é. Então, hoje tivemos um workshop de um dia, onde tive a oportunidade de experimentar vários líderes brasileiros.

E de muitas formas, foi uma experiência muito positiva. Sentiram que foram muito envolvidos. Foram muito orientados para o que chamaria de valores muito humanistas, na verdade.

E também foram muito abertos para diferenças. Então, de muitas formas, acho que muitos dos líderes brasileiros que conhecemos hoje tendem a estar, diria que em uma posição boa para o futuro.

O desafio é que, é claro, nenhuma empresa, nenhum indivíduo trabalha em isolamento. Então, até se eu estiver comandando uma empresa aqui,

também sou dependente de qual é o contexto. Qual é o contexto competitivo do qual faço parte? Mas além disso, quais são as estruturas legais ao meu redor?

Como a nossa sociedade funciona? E aqui, acho que líderes brasileiros têm uma oportunidade para talvez reconhecerem que também podem ter um efeito que é maior do que só o sucesso de sua própria empresa.

O que acho que faz parte do que será a próxima onda do que os negócios vão realmente se tratar não será só assumir responsabilidade pela

orientação estreita para o valor dos acionistas; mas também muito pela orientação para os participantes: Como nós como líderes vemos nossas empresas como veículos para mudança social positiva.

O que se trata não só de criar empregos para muitos, mas também de como cuidar da natureza, de como talvez resolver problemas que estão fora do que o que nossa empresa normalmente faz.

Acho que o que vivemos hoje é que muitos dos líderes brasileiros estão em uma posição boa para assumir mais responsabilidade e fazer com que suas empresas se saiam ainda melhor.

Porque acho que seus lucros aumentarão quando tentarem produzir valor para os seus constituintes. No entanto, para fazer isso, é claro, têm que ousar.

Têm que ousar fracassar. E precisam na verdade tentar se posicionar e dizer: É isso que seremos. Então, talvez o que poderiam fazer é realmente descobrir

o que é que os faz vibrar. Quais são as mudanças que gostariam de ver acontecendo na sociedade? Vamos falar um pouco sobre educação. Amamos seu trabalho na Kaospilot.

E em uma entrevista recente na revista Forbes, disse: "Um aluno bem sucedido e produtivo é aquele que é seu próprio professor." Disse: "O papel fundamental da escola é criar uma jornada de aprendizado

para cada pessoa." Nesse contexto, o que recomenda para educadores de negócios? E quais são os resultados positivos que observou nesse modelo?

Então, muito do contexto disso vem da ideia de que

vivemos em uma época cada vez mais complexa. Então, qual é a coisa certa para aprender?

É muito difícil hoje, mesmo quando começa em uma universidade. 5 anos depois, sabe que o que aprendeu é na verdade o que usará? Não sabe completamente.

Podemos ter uma ideia: Se for um médico, é claro, se souber algo da anatomia, isso será é claro também importante no futuro. Mas muitas das habilidades que juntamos nos nossos dias de escola

tendem a estar desatualizadas quando começamos a trabalhar. Então, um dos aspectos mais importantes na nossa crença é que o aluno deveria aprender como aprender.

Esse é como o aspecto chave. E para fazer isso, também têm que entender que têm uma responsabilidade de fazer julgamentos e tomar decisões sobre o que é importante para eles.

Então, a ideia, é claro, vem de: Se quisermos fazer uma escola que está preparando as pessoas para o futuro, precisamos convidar essas pessoas a assumirem responsabilidade

pelo seu próprio futuro. E também confiar que têm o juízo sobre qual é a coisa mais importante para aprenderem, ao invés de nós como escola dizermos: Precisa aprender isso, e aquilo.

Porque podemos ter uma ideia. Mas talvez não seja verdadeira. Talvez haja muitas verdadeiras.

Quando educadores de negócios trabalham... E assumo que a pergunta vem muito de: Como treinamos pessoas que estão trabalhando? Que estão dentro de uma situação de emprego?

É a nossa experiência que frequentemente temos um tipo diferente de situação para os nossos funcionários: Há algo sobre aprender como ser um bom funcionário nessa empresa;

há algo sobre valores e cultura, como se encaixar. Há algo ao redor de um trabalho: É assim que deveria fazê-lo de uma forma eficaz. No entanto, há também o aspecto de como extrai mais das pessoas.

E se puder operar como um ambiente de negócio educacional e sua suposição for que sabe mais do que todos os funcionários, talvez isso seja verdade. Mas também há a chance de que

como um educador executivo na verdade não saiba mais do que os funcionários dentro da empresa sobre qual é a forma mais eficaz para trabalharem,

e o que deveriam aprender. Acho que a combinação das duas coisas: Você como educador executivo tem o tipo certo de conhecimento, tem alguma habilidade

que realmente crê que os outros precisam; mas ao mesmo tempo também precisamos ser muito receptivos nos nossos novos tempos. Porque não será tão fácil quanto costumava ser,

quando se fornecia um modelo de gestão de projeto que todos queriam seguir. E então a empresa líder tinha sucesso. Esses relacionamentos de um para um não acontecerão mais.

Então, um ótimo educador de negócios para o futuro, na minha perspectiva, será alguém que verdadeiramente entende o que é possível dentro dessa empresa. E quais são as habilidades que realmente precisam aprender

que podem levá-los ainda mais adiante do que acham que é possível. Vamos falar um pouco mais sobre isso: Hoje em dia as pessoas buscam cursos que podem ajudá-las a resolver problemas reais,

para aumentar seu potencial criativo, e melhorar o processo criativo em suas organizações. Como os educadores deveriam se preparar para lidar com questões emergentes?

Não questões anteriormente previstas no currículo da escola de negócios. Como nos preparamos para esses novos tempos, para essas novas questões sobre as quais as sociedades estão perguntando?

Então, a pergunta, para mim, soa muito bem, porque acho que somos um dos pioneiros que realmente traz casos reais, projetos reais, desafios reais para o currículo. E realmente fazemos disso um aspecto central

do que significa estar matriculado na Kaospilot. Dessa forma, pode comparar com os modelos anteriores. Como o que a Harvard tinha, inventaram o modelo de caso, etc.

Como todos os modelos, muito se trata do quão bom você é em criar e executar o modelo. Diríamos hoje que nosso modelo é mais eficaz do que o modelo clássico da Harvard?

Depende das pessoas. Ela tem os melhores professores. Talvez execute seu modelo melhor que qualquer outra.

Temos muita experiência quando se trata de criar essas experiências reais para as pessoas matriculadas nos cursos. E uma das coisas é que nunca deveríamos subestimar o valor de realmente

entender o que é que o indivíduo tem que aprender, e o que é que a experiência requer. Te darei um exemplo: Muito frequentemente nossos alunos se envolvem em trabalho para uma empresa.

O objetivo principal das empresas não é que nossos alunos deveriam aprender. É o valor do que o que os alunos fazem que as interessa. Se por exemplo, disserem que querem descobrir

um novo plano de marketing para jovens, muito bem. Então, estão interessadas no valor desse plano. Não estão interessadas no que nossos alunos têm que aprender.

Nós, por outro lado, estamos mais interessados no que os alunos aprendem do que no resultado de fato para empresa. Esse é um equilíbrio delicado.

E aqui, a minha experiência é que muitas escolas que se envolvem nesse tipo de trabalho subestimam esse equilíbrio específico, e esse atrito que existe no meio.

Também subestimam o valor da reflexão quando as pessoas trabalham. Porque, é claro, pode preparar os alunos para saírem e trabalharem. Mas na nossa experiência, muito frequentemente, quando

faz teorias contendo coisas demais, quando traz teoria demais no começo, de certa forma explica ao aluno como deveria resolver o problema. Isso pode fazer com que ele se torne muito eficiente

na resolução se lhe é dado uma tarefa. Mas muito frequentemente, não sabemos qual é a melhor forma de se resolver a tarefa. E assim, a nossa experiência é que talvez um modelo onde se faz primeiro

e então foca em muita reflexão, em prestação de contas, tentando entender o que aconteceu, e então adiciona teoria depois: É um dos modelos que tem funcionado muito bem para nós.

Pensar que qualquer organização, escola ou empresa que se envolve com o que chamamos de aprendizado com casos reais, projetos reais nunca deveria subestimar o nível de conhecimento que precisa obter

para na verdade fazê-lo. Se não, corre o risco de se tornar um fracasso. E ninguém ganhará com isso.

Lindo. Tenho uma última pergunta para você. Ouvi que é muito fã do Bob Dylan. É verdade? -Sim. -E o que

aprendeu com Bob Dylan sobre liderança?

Acho que de muitas formas, Bob Dylan é um essencial sobre o que falamos em liderança pessoal. Não acho que Bob Dylan seguia qualquer tipo de líder.

Ele é seu próprio líder e acho que diria que não quer ser um líder para ninguém. Então, como ele escreveu em uma das músicas: "Não siga líderes, fique atento a seus parquímetros."

Acho que essa é uma frase muito boa para muitas das pessoas nas gerações surgindo. Deveria ficar menos orientado para achar um líder para seguir do que para descobrir como seguir seus próprios sonhos e ambições.

É tão fácil dizer que precisa de alguém para seguir: "Só preciso de um líder carismático que pode explicar para mim qual é o caminho certo e irei nessa direção."

Mas precisamos mais de pessoas que podem pensar por si, e ser seu próprio líder; e assegurar que os parquímetros não custem demais.

-Muito obrigado, foi um prazer tê-lo aqui. -Obrigado, muito obrigado.