“Lean” significa enxuto em inglês, mas, no dicionário empresarial, remete a uma filosofia nascida nas fábricas da Toyota dos anos 1950. Apoia-se em dois pilares: no kaizen, que é a filosofia de melhoria contínua para eliminar lacunas que vão dinamicamente surgindo na produção, e no empowerment dos operários de linha de montagem. Isso torna a empresa mais adaptável.

Hoje, contudo, a complacência sabota esses pilares, assim como a incerteza e fenômenos do tipo “big data” vêm ampliando a complexidade gerencial. Por isso, o lean dissemina-se com mais força, invadindo novas fronteiras, como reporta este Dossiê, sejam outros setores de atividade, como serviços, sejam diferentes funções de uma empresa, como inovação, empreendedorismo, gestão e liderança. Tudo sem desperdícios, como a arte do pintor Piet Mondrian.

Há 50 anos, quase todo mundo na alta gestão acreditava que as operações industriais tinham chegado à perfeição. A grande inovação de Henry Ford, a linha de montagem, havia sido refinada ao longo das cinco décadas anteriores, servira como arsenal da democracia durante a Segunda Guerra Mundial e em meados dos anos 1960 operava com eficiência, em grande escala, em uma ampla gama de setores industriais mundo afora.