Reportagem revela como surgiu o novo paradigma do design –e talvez o maior mecanismo de vendas– da internet
Sinopse: • O site de compartilhamento de imagens Pinterest, lançado em 2010, contabiliza mais de 20 milhões de acessos por mês e promete ser a galinha dos ovos de ouro do comércio eletrônico. • Ben Silbermann, seu idealizador, apostou que as pessoas procuravam uma forma mais agradável de solucionar seus problemas pela internet e investiu na navegação ousada e direta, desafiando dogmas da web, criados pelo Google, pela Amazon e por mídias sociais como o Facebook e o Twitter. • Sem vender produtos, o Pinterest admite, na homepage, que é uma iniciativa “que ainda não gera lucro”. E os investidores não se assustam. Muitos estão seguros de que seu modelo simples é mais promissor ao e-commerce do que tudo o que se viu até agora.
Ben Silbermann nem parece o criador de um site tão incrível: tem bolsas sob os olhos cansados, ombros caídos, camisa amarrotada, cabelo em desalinho. “Estou cansado”, afirma, aos 30 anos, o líder do Pinterest, um dos sites de compartilhamento de imagens mais acessados do planeta. Ele sai de casa às 7 da manhã e trabalha sem parar até a hora do jantar. Uma de suas poucas pausas acontece antes do amanhecer, quando consulta e-mails no notebook com Max, o filho recém-nascido, no colo.
No início do ano passado, o Pinterest tornou-se o serviço de maior crescimento na história da web. Em janeiro de 2012, registrou mais de 10 milhões de acessos por mês só nos Estados Unidos. Em abril, o número havia dobrado, segundo a comScore, empresa que mede a atividade na internet. Trata-se de um site adorado e inovador: é um imenso catálogo digital repleto das mais lindas imagens disponíveis na web. Os usuários (“pinners”, no jargão deles) copiam imagens encontradas na rede e as colecionam em suas páginas personalizadas (“pinboards”).
À primeira vista, o Pinterest parece igual a centenas de outros sites que permitem compartilhar imagens e comentários. Porém as opções de design de Silbermann e seu sócio, Evan Sharp, tornaram a página viciante. Criar um pinboard equivale a dizer ao mundo: “Aqui estão as belas coisas que me fazem ser o que sou –ou gostaria de ser”.