Como nenhuma das salas está disponível, a reu­nião é feita no quartinho da limpeza: um cômodo de 2,5 m x 2,5 m com esfregões, vassouras e cheiro de detergente. Dez homens e mulheres se apertam em um espaço minúsculo. Todos usam calça e camiseta brancas com seu primeiro nome bordado em vermelho do lado direito. É o uniforme que todo funcionário da Honda Motor Company usa no trabalho, em toda fábrica ou escritório. O objetivo é diminuir a influência da hierarquia, mostrando que todos os pontos de vista e sugestões são iguais.

Espremidos na sala estão gerentes industriais, associados da linha de montagem (associado é o operário Honda) e controladores de qualidade da fábrica de Anna, Ohio, onde a Honda produz motores e componentes de caixas de câmbio desde 1985. A planta produz cerca de 1,2 milhão de motores por ano, o que faz dela uma das maiores fábricas de motores do mundo.

Uma crise séria provocou essa reunião espontânea. Um fornecedor entregara dezenas de eixos de válvula com um defeito do tamanho de um fio de cabelo, que produzia um ruído agudo ritmado, bem fraco, no motor. Esse barulho, praticamente inaudível, tinha sido descoberto na fábrica de Marysville no fim da linha de montagem do Honda Accord, quando os associados revisam os motores pela primeira vez. Devido ao espaço restrito sob o capô, parecia impossível remover os eixos de válvula defeituosos sem retirar o motor dos carros.