Segundo estudo, chefes com QI superior a 128 tendem a ser um problema
Recentemente, líderes com mau desempenho no cargo ganharam a desculpa perfeita: são inteligentes demais. Um estudo da Université de Lausanne feito com 379 gerentes médios em empresas de 30 países e de setores variados, de banco a telecom, de hospitalidade a varejo, descobriu que o quociente de inteligência médio deles é 111. Ou seja, líderes empresariais do médio escalão têm em geral QI superior ao da população mundial, que é 100.
Até aí, não há surpresa. O surpreendente é que o estudo, publicado no Journal of Applied Psychology, cruzou esse resultado com a capacidade de liderança de cada gerente, medida pelo teste Wonderlic e pelo Questionário Multifatorial de Liderança, ao qual os participantes também responderam. Para quem não conhece, o teste Wonderlic mostra a capacidade de resolver problemas, aprender bem e adaptar-se à mudança, enquanto o questionário, que foi avaliado por oito especialistas, revela como o líder demonstra diferentes estilos de liderança – transformacional, instrumental, passivo etc.
O que chamou a atenção mesmo dos pesquisadores foi a relação entre liderança e inteligência. Conforme a inteligência aumentava, o gestor usava estilos de liderança mais eficazes. Isso, no entanto, aconteceu só até o QI 119. A partir do QI 120, a tendência começou a se reverter, e a reversão ficou estatisticamente significativa a partir do QI 128. Em outras palavras, pessoas com QI 128 ou mais têm métodos de liderança menos eficazes, ou seja, praticam, por exemplo, uma liderança menos transformacional, que é um estilo mais eficaz.