A demanda por jogos está aquecida na área de RH. O motivo, como diz o pesquisador Kelvin Miller, é que, após 72 horas, os adultos retêm 10% do que ouviram em uma sala de aula e 85% do que vivenciaram (ouvir, ver e fazer).

Como integrar novos colaboradores se eles absorverão 10% das informações? Muitas empresas estão partindo para o uso de jogos, que proporcionam o tripé ouvir-ver-fazer.

Essa demanda está bem aquecida, por exemplo, na i9Ação, que há 14 anos produz jogos empresariais. “Os gestores de RH estão entendendo que a entrada de funcionários nas empresas ficou mais importante e deve ser renovada”, diz Fernando Seacero, sócio da i9Ação.

A gamificação normalmente utiliza ferramentas integradas de material digital e físico. “A geração Y, até 35 anos, é apaixonada por games digitais e os mais velhos gostam de cartas”, explica Seacero.

A i9Ação desenvolve o game sob demanda para cada cliente, mas há padrões comuns: todos devem ter regras e mecânica simples e ser desafiadores, ou não despertarão interesse. Toda integração gamificada também precisa ter um líder dentro da companhia, em geral alguém do RH, e recontar a história e os valores organizacionais.

Como os objetivos principais são criar memória de longo prazo e aumentar o engajamento, um game integrador deve conseguir estimular as três grandes partes do sistema nervoso central: o cérebro reptiliano, o límbico e o neocórtex.

O game da DuPont

Para a integração na DuPont, a i9Ação desenvolveu o Core Value Games. Cerca de 20 pessoas, reunidas em uma sala, são divididas em até cinco equipes para participar de um jogo com tabuleiro, cartas e fichas que dura três horas.

Cada equipe pega uma ficha contendo um dilema (“Você desliga o computador que seu colega esqueceu ligado?”) e desafia outra equipe a tomar uma decisão. Esta responde, as demais dizem se concordam com a resposta etc.

A opção correta está na ficha, com base nos valores corporativos. Quem acerta pontua.