A crise dos refugiados é cada vez mais importante para o mundo – eles já são 21 milhões, contando apenas pessoas do Afeganistão, do Iraque e da Síria. David Miliband, CEO do International Rescue Committee (IRC) e ex-secretário de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, define a causa dos refugiados como central em nossa era – um desastre geopolítico que se propaga além de fronteiras e ameaça os fundamentos da ordem internacional.

Como atenuar o problema? Conforme Miliband contou à revista Fast Company, é necessário inovar, o que requer unir “a mentalidade de uma startup à maturidade de uma organização de 75 anos”. É o que o IRC vem fazendo desde que ele se tornou seu CEO, em 2013. Com a ajuda das mídias sociais e do data mining, Miliband incentiva sua equipe a adotar soluções específicas para reduzir o tempo de resposta em situações de emergência e aumentar a exatidão das pesquisas de campo. Também implementou uma cultura na qual até ideias geradas pelo mais subalterno dos funcionários causem tanto impacto quanto as do CEO.

“É preciso pensar e agir com rapidez e eficiência, e as mudanças não podem ser superficiais, ou fracassamos”, afirma. Ou seja, as mudanças devem ser equilibradas e sustentadas por uma visão estratégica realista, de longo prazo. E, se no Vale do Silício o fracasso é como uma “medalha de honra”, indicando que um CEO sonhou grande, na arena da ajuda humanitária, fracasso significa fome, doença, vidas perdidas.