O leitor já ouviu falar em “ano-cachorro”? A expressão, mencionada na ExpoManagement 2012, refere-se ao ano que vale por sete, como na tabela de conversão da idade canina para a humana. A analogia foi feita, no Atelier de Líderes, pela gerente Andreza Santana [então no marketing do portal de empregos Monster, que encerrou atividades no Brasil], com a finalidade de ilustrar o ritmo da geração Y (nascida de 1978 para cá), difícil de os gestores mais velhos acompanharem. Outro problema foi lembrado por César Souza, também no Atelier: a edição de 2012 da pesquisa Empresas dos Sonhos, da Cia de Talentos/NextView, revelou que 56% dos jovens brasileiros sonham com um negócio próprio –o que é bom para o Brasil, porém pode deixar as empresas à míngua no futuro.

Mais do que nunca, este evento trouxe à tona a série de desajustes que vêm ocorrendo entre executivos e seus funcionários mais novos. E o quadro tende a piorar em breve, quando a geração Z (nascida a partir da segunda metade dos anos 1990) entrar no mercado de trabalho. No entanto, soluções também foram compartilhadas.

Paulo Castro é o CEO global do Terra Networks, que atinge 103 milhões de pessoas entre América Latina, Estados Unidos e Espanha e ocupa entre o 30º e o 33º lugar no ranking de audiência mundial. A idade média dos funcionários de sua empresa é baixa, com muitos na faixa de 18 a 27 anos, e ele não esconde a complexidade de lidar com esses jovens. “Eles buscam um significado para o trabalho em primeiro lugar (por quê), depois vêm o quê e como. Isso os deixa muito ansiosos”, explicou Castro na ExpoManagement. Pior de tudo é que a ordem de prioridades é o exato contrário do que o mercado de ações cobra dos gestores –o quê e como na dianteira.