Como as empresas mais inteligentes do mundo selecionam os pensadores mais criativos
William Poundstone descreve da seguinte maneira um dos “problemas” propostos nas entrevistas de emprego de um banco de investimentos de Wall Street: “Vamos brincar de roleta-russa. Você está amarrado à cadeira e não pode se mexer. Tenho comigo um revólver com seis câmaras no tambor, todas vazias. Agora observe enquanto coloco duas balas. Pode ver que as coloco em lugares contíguos? Fecho o tambor e o faço rodar. Apoio o revólver em sua cabeça e puxo o gatilho. Clique. Você ainda está vivo. Que sorte a sua! Antes de discutir seu currículo, vou disparar novamente. O que você prefere: que eu gire o tambor outra vez ou que apenas aperte o gatilho?”.
A boa notícia está no fato de o revólver ser imaginário e o entrevistador apenas acompanhar suas palavras com gestos que simulam o giro do tambor e o disparo do gatilho, explica Poundstone. A má notícia é que seu futuro profissional será decidido por alguém que brinca com armas de faz-de-conta.
A simulação de roleta-russa é um dos muitos “enigmas lógicos” descritos no livro de Poundstone (veja a resposta a esse problema no quadro). A justificativa para o uso desse tipo de “charada” nas entrevistas de emprego baseia-se na premissa de que a pessoa capaz de resolver problemas sob intenso estresse será um funcionário melhor do que aquela que não consegue fazê-lo. Por isso mesmo, o sucesso em situações como essas –cada vez mais comuns nas grandes empresas– depende principalmente de dois fatores: o controle emocional e a lógica dedutiva.