Em junho último, a Dell Computer patrocinou sua terceira conferência DWEN. A sigla significa Dell Women’s EntrEntrepreneurwork, ou rede Dell de mulheres empreendedoras. O primeiro encontro ocorreu em Xangai, China, em junho de 2010; o segundo, no Rio de Janeiro, exatos 12 meses depois; e agora foi a vez de Nova Délhi, na Índia, ser a sede. Por que uma empresa ocupada em lutar uma verdadeira guerra pelo mercado de tecnologia da informação investe uma fortuna para construir um relacionamento de longo prazo com executivas e empreen­dedoras, especialmente de pequenas e médias empresas? O que a Dell sabe que nós não sabemos?

Da mesma forma, a revista Fast Company elaborou este ano uma lista de 60 mulheres que estão mudando o mundo por meio de suas organizações, com ou sem fins lucrativos. A relação, denominada “The League of the Extraor­dinary Women”, inclui desde a afe­gã Noorjahan Akbar, escritora que em 2011 liderou um protesto contra a violência a mulheres em Cabul, Afeganistão, até Melinda Gates, da fundação que leva seu nome, passando pela apresentadora de TV norte-americana Oprah Winfrey. Em vez de senhoras que recebem em chás beneficentes, elas usam instrumentos de gestão e em­­preendedorismo para lidar com pro­blemas sérios e desafiar paradigmas, com uma responsabilidade que transcende a busca de conforto pessoal. O que a Fast Company sabe que não sabemos? Ou, ainda, a revista Fortune, que produz um ranking de melhores empresas para mulheres trabalharem?

Alguns argumentam tratar-se de me­ra matemática mercadológica. Afinal, 62% da movimentação no Facebook é realizada pelas mulheres, no que se refere a atualizações e comentários, e 77% dos clientes do site de compras coletivas GroupOn têm apenas cromossomo X. Mesmo o universo dos games, antiga fortaleza masculina, está sendo dominado pelo público feminino: o Zynga informa que 60% de seus games online já são hoje consumidos por elas.