Se, antes, diversidade era apenas uma preocupação do time de recrutamento e seleção, hoje, está ligada diretamente à cultura, à produtividade, à capacidade de inovação e ao desempenho financeiro da empresa. Evoluiu: não há como falar em diversidade sem inclusão e pertencimento, ou seja, a sensação de segurança psicológica que permite que os funcionários sejam suas melhores versões no trabalho. Aqui, separamos bons exemplos de como as empresas estão expandindo seu mindset.

Promover a equidade nas oportunidades de acesso à empresa e de crescimento profissional dos colaboradores que se autodeclaram pretos e pardos. Esse é o objetivo do programa “Respeito dá o tom”, da Aegea, empresa de saneamento que atua em 11 estados brasileiros. O primeiro passo foi mudar as regras para seleção dos trainees, flexibilizando exigências como, por exemplo, fluência em inglês. Em vez de buscar candidatos apenas nas universidades de primeira linha, a empresa passou, também, a divulgar suas vagas em coletivos negros, comunidades quilombolas e redes sociais. Se no primeiro ano de programa, a aprovação de negros foi de 5%, no terceiro, passou para 75%. “Deparamos com candidatos com potencial imenso, mas que, por falta de oportunidades durante a formação, não tiveram acesso a alguns conhecimentos exigidos pelo mercado”, comenta Josélio Raymundo, diretor de operações da Aegea. Ao escolher não perpetuar esse ciclo de exclusão, a empresa oferece um plano de desenvolvimento profissional em sua academia de formação para que esses trainees aprimorem conhecimentos. “Queremos que eles alcancem cargos de liderança”, diz Raymundo, “pois nossa ambição é que passemos a espelhar, nos diferentes níveis da organização, a demografia das 48 cidades em que atuamos”.

No Brasil, apesar de os negros corresponderem a 55% da população, apenas 5% deles ocupam cargos de liderança – número que cai para 1% quando se fala em mulheres negras; os dados são do IBGE e Instituto Ethos.