Trabalhar em um país com quase 100 milhões de usuários conectados, sérios problemas sociais e uma legislação incipiente para crimes cibernéticos pode ser um problema para a maioria das empresas. Mas pelo menos para um setor esses fatores são uma vantagem comparativa: o de segurança digital. Não à toa, hackers brasileiros estão se organizando e ganhando o mundo.

“Quando abrimos nossa filial em Londres, uma pergunta recorrente entre nossos possíveis clientes era: ‘Qual a diferença que vocês trazem em relação a empresas de segurança europeias?’”, conta Cristiano Lincoln Mattos, cofundador e CEO da Tempest, empresa de cibersegurança que deve faturar R$ 50 milhões este ano.

Lincoln passava então a descrever o cenário brasileiro, mostrando dados sobre a quantidade de ataques e, principalmente, a sofisticação dos hackers nacionais. “Eles se espantavam ao saber que muitas das novas modalidades de ataques que aparecem no mundo surgem primeiro aqui e só depois de dois a quatro anos são utilizadas em países mais desenvolvidos.”