Quando Lyz Swanton, formada pela London Business School, e Riya Grover, graduada do outro lado do oceano, na Harvard Business School, se conheceram, em 2016, a química foi instantânea: elas compartilhavam a paixão por alimentação saudável, e a dor de não ter acesso fácil a alimentos de boa qualidade no local de trabalho. Daí nasceu a ideia do Feedr, startup sediada em Londres que entrega refeições personalizadas para funcionários de escritório como uma alternativa às empresas que criam suas próprias cantinas. 

O principal produto da Feedr, o Cloud Canteen, monta cardápios rotativos diários de fornecedores de comidas locais de alta qualidade – a maioria restaurantes pequenos e independentes – para entrega em escritórios em toda a cidade. O aplicativo digitalizou a cantina física do escritório e tem sido usado como uma ferramenta de bem-estar e engajamento para os funcionários. A startup teve um crescimento tão rápido e sólido que as fundadoras já a venderam para a multinacional de alimentos Compass Group – a maior empresa terceirizada de serviços de alimentação do mundo. O negócio, no valor de US$ 24 milhões, foi anunciado em março de 2020, com a pandemia já declarada.

Como elas tiveram sucesso em um mercado ultraconcorrido? Swanton atribui parte da explicação ao insight que teve. “Vimos que havia muita inovação na entrega de alimentos B2C, mas o setor corporativo estava atrasado. Eu pensei: ‘Esta é uma área que tem muito espaço para trazer um pouco dessa inovação do B2C’.” As cofundadoras se dedicaram à ideação da solução: uma plataforma que conectasse fornecedores de comidas a empresas, e os funcionários dessas empresas às opções de menu. O foco nos dados ajudou: desde o início o Feedr faz um matching inteligente entre as partes e, agora, está usando machine learning para prever a demanda por refeições e ingredientes, e ajudar os fornecedores a reduzir o desperdício de alimentos. A automação do atendimento permitiu ter “uma equipe muito enxuta” para milhares de pedidos.