O que transforma 1 grama de café vendido na saca por R$ 0,01 em impressionantes R$ 0,25 o grama dentro de uma cápsula metalizada colorida, preparada em uma impecável e asséptica loja em um shopping de luxo? A experiência (e, claro, uma ajudinha do George Clooney degustando uma xícara na televisão). Sim, senhores: o resultado 25 vezes maior é a consequência da “descommoditização” do café entregue em cápsulas de experiência.

Sempre me perguntam qual é o segredo do sucesso do Rock in Rio, um evento mundial que virou uma mídia capaz de atrair todas as principais marcas, dos mais diversos segmentos da indústria, para associar suas imagens com ele. Como fazemos com que 700 mil ingressos esgotem em dias, grande parte deles antes mesmo de anunciarmos as bandas que tocarão no festival? Minha resposta é a mesma do George Clooney: experiência. Nossa missão é “proporcionar experiências inesquecíveis por meio da música e do entretenimento para todos os nossos públicos”. No nosso caso, não basta ser uma experiência. Tem de ser inesquecível. Tem de ser de arrepiar.

O que poucos entenderam ainda é que toda experiência inesquecível, independentemente do produto ou serviço, tem como base uma fórmula impressionantemente simples e trabalhosa – a atenção aos detalhes. Das flores penduradas nos postes aos cabos ocultos por baixo da terra para ninguém ver, passando pelo conforto da grama sintética que cobre uma área equivalente a dez campos de futebol, não existem limites para pensar e executar grandes operações que gerenciam os pequenos detalhes. É claro que ninguém decide ir ao Rock in Rio por um desses pontos individualmente, porém é o conjunto deles e de vários outros que cria aquela sensação de qualidade e perfeccionismo que não se vê, mas se sente.