Em dias normais, 380 toneladas de resíduos plástico chegam às instalações de reciclagem de Bassum, cidade alemã perto de Bremen. Mas durante o auge da crise do novo coronavírus, o jornalista Nils Klawitter, em artigo para a revista Der Spiegel, conta que esse volume dobrou. “O monte de lixo rapidamente se tornou um espelho das estratégias de higiene usadas para enfrentar a pandemia: luvas descartáveis, embalagens para comida e frascos de desinfetante vazios.”

Na verdade, enfatiza o autor, a crise conseguiu fazer algo que nenhuma empresa de relações públicas jamais poderia fazer: melhorar a imagem do plástico. Muitos agora o veem como uma ferramenta útil na proteção contra a contaminação. Mesmo os talheres descartáveis, que há muito foram repudiados e serão ilegais na UE a partir do próximo ano, estão experimentando um surto de demanda.

Desde 1991, a reciclagem é um dos legados mais sustentáveis da Alemanha. No entanto, apesar da população ter se tornado extremamente cuidadosa com a coleta seletiva, pouco é reciclado de verdade. Das 14 milhões de toneladas de plástico produzidas em 2019, apenas 1,9 milhão de toneladas vieram de material reciclado. Quase metade disso é de sobras da indústria, o que significa que apenas 1 milhão de toneladas de resíduos de embalagens (7%) são reintroduzidos no ciclo de vida do plástico.