Você leu um livro intitulado Build, Borrow or Buy: Solving the growth dilemma. Lançado em 2012, tinha um tema sensível a todo gestor: como financiar o crescimento. O autor, Will Mitchell, professor da Rotman School of Management, da University of Toronto, dizia que as empresas ainda usavam erroneamente o modelo binário “construir em casa x comprar fora” – dito de outro modo, “crescimento orgânico x fusões e aquisições”. E que isso estaria ultrapassado. O autor propunha um novo framework: construir-colaborar-comprar. O verbo “borrow”, acrescentado, significava no caso colaborar com outras organizações, tomando recursos emprestados.

Em 2014, na primeira edição do ano, HSM Management publicou uma entrevista com Mitchell sobre seu framework de crescimento. “Minha tese é que antes de se matar para fazer algo funcionar, é preciso que a empresa tenha certeza de que aquele é o melhor modo de ter acesso à tecnologia, ao modelo de negócio ou ao produto desejados. Se o gestor escolher bem, há grande chance de que a implementação corra bem; já se escolher o método errado, por mais que ele se esforce, a empreitada tende a naufragar”, dizia ele, recomendando especial cuidado com a opção M&A.

Não há dúvida de que o desafio segue posto. Mas o framework tríplice de Mitchell? Segue atual? As colaborações avançaram, em particular com startups em projetos de inovação aberta, mas muitos gestores ainda são reticentes em colaborar.