Há 20 anos, a internet vem desestabilizando mercados e indústrias, digitalizando processos e cortando intermediários. Sua primeira onda de disrupção afetou empresas de mídia, digitalizando seu produto, que é o conteúdo – muito mais fácil de ser entregue e consumido digitalmente do que por meios analógicos. A segunda onda foi a da distribuição, com o e-commerce eliminando a necessidade de lojas físicas e permitindo a venda e o contato direto com o consumidor.

Com o crescimento da computação móvel e das redes sociais e a ascensão de tecnologias como inteligência artificial, big data analytics e internet das coisas, uma nova onda de transformação digital vem varrendo o mundo dos negócios. A diferença é que ela não afeta apenas produtos e serviços; envolve modelos de negócio e processos em um verdadeiro tornado. Tampouco se limita a um setor específico; atinge a todos – agricultura, medicina, transportes, educação, serviços bancários – com uma velocidade estonteante.

Não é à toa que a expressão "transformação digital” virou palavra de ordem entre os executivos preocupados com o futuro de seus negócios. A água já se aproxima da região dos glúteos. E transformar-se digitalmente não significa apenas automatizar processos fabris e criar uma página no Facebook. Trata-se de uma mudança cultural, filosófica e gerencial que poucos estão preparados para executar.