O que faz grandes conglomerados bancários como Citibank, JP Morgan e Goldman Sachs investirem bilhões de dólares em uma tecnologia inventada por um grupo de anarquistas libertários cujo maior interesse era criar uma alternativa ao sistema bancário?

A resposta pode ser “medo”. “O Vale do Silício está chegando”, disse Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, no início de 2015 em um comunicado histórico a seus acionistas. Ele alertava para o crescimento das chamadas fintechs, empresas que utilizam a tecnologia para oferecer serviços melhores, mais modernos e mais baratos que os oferecidos pelos bancos atualmente. São baseadas em tecnologias como pagamentos por celular (Apple Pay), empréstimos diretos (Lending Club), meios de pagamento (Square, PayPal) e criptomoedas (bitcoin). 

Por seu potencial disruptivo, foi a criptomoeda que despertou o interesse dos bancos. O bitcoin permite fazer transferências internacionais e pagamentos de pessoa a pessoa (peer to peer) sem a necessidade de um intermediário, como um banco ou uma casa de câmbio, e, consequentemente, a um custo muito menor. Graças a ele, hoje existem pessoas que compram e vendem produtos ao redor do mundo sem se identificar, sem utilizar contas bancárias ou cartões de crédito – nem pagar taxas.