Cientista/Matemático/Engenheiro/Inventor/Anatomista/Pinor/Escultor/Arquiteto/Botânico/Poeta/Músico. Se Leonardo da Vinci tivesse um perfil no LinkedIn, sua titulação – aquele texto que vem logo abaixo do nome – poderia ter mais ou menos essa cara. Separar com um símbolo de barra inclinada (slash, em inglês) diferentes habilidades e carreiras tem se tornado tão comum no mundo do trabalho que ganhou até nome próprio: slash career, ou outros equivalentes em português, como você verá nesta reportagem.

O profissional que busca experiências múltiplas, dentro ou fora da empresa, pode ser chamado de T-shaped, que é aquele que tem profundo conhecimento de sua área de atuação – representado pela linha vertical da letra T –, mas não limitado a ela. Diferente do I-shaped, especialista em uma única área, o T-shaped é multidisciplinar, e transita bem em outros setores, representados pela linha horizontal do T.

“Em uma era na qual gigantes como a Avis Rent a Car ou Avianca podem desaparecer do dia para a noite; na qual IA e robótica destruíram setores produtivos inteiros; na qual a tecnologia de ponta do ano passado é o dinossauro do ano que vem; e na qual insights disruptivos podem vir de áreas inesperadas como economia comportamental ou matemática aplicada, o especialista que é profundo e estreito está em risco extremo. A haste horizontal – a capacidade e a disposição de olhar ao redor – não é só boa para o bate-papo nas festinhas da firma; é uma política de seguro de vida”, afirma Barry Katz, professor da Stanford University e um dos consultores mais antigos da Ideo. Considerada uma das empresas de design mais influentes do mundo, a Ideo também foi responsável pela disseminação do conceito do profissional T-shaped no universo empresarial.