Desde a descoberta do fogo, toda a tecnologia incentiva, de um lado, o progresso, e de outro desconstrói realidades culturais, sociais e pessoais e provoca certa desconexão de tempo e espaço nas pessoas. Para alguns, é o presente, e para (muitos) outros, ainda algo distante. Para que os futuros se disseminem igualmente, são necessários movimentos público-privados, no campo coletivo, e de educação e expansão da consciência, no lado pessoal.

O processo de transformação digital (e seus impactos culturais e sociais) se acentuou nos últimos dois anos, levando a Unesco 2020 a considerar a alfabetização de futuros (futures literacy) uma habilidade essencial para que as pessoas entendam melhor o papel que o futuro desempenha na realidade atual.

Com exercícios de cenários futuros, olhamos simultaneamente para o desenvolvimento humano e o tecnológico [veja um exemplo na página 72] e podemos projetar novas formas de trabalho, negócios, economia e sociedade. Para criar esses cenários, é preciso conhecer as novas tecnologias que estão chegando e seu potencial de impacto. Vamos lembrar os anos 2010, quando duas tecnologias maduras smartphones e internet acessível foram a origem de unicórnios até a transmissão de pensamentos com alguns cliques.