No novo normal do capitalismo, as empresas podem e devem ser as grandes protagonistas na construção de uma economia de impacto positivo
A reunião anual do Fórum Econômico Mundial em Davos de 2020 sacramentou, enfim, o início de uma nova era para a economia global a partir do protagonismo de empresas orientadas aos stakeholders. Foi uma longa jornada desde as primeiras aparições da agenda de sustentabilidade na década de 1970, passando pelas últimas décadas de intenso trabalho da comunidade científica internacional e organismos multilaterais e, nos últimos 15 anos, com a atuação incansável de movimentos globais independentes como os dois curadores desta coluna: Sistema B e Capitalismo Consciente.
Cremos que, diante dos desafios e das oportunidades que temos neste século, as empresas podem e devem ser as grandes protagonistas na construção de uma economia de impacto positivo. A agenda 2030, dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, por exemplo, tem um custo anual de US$ 2,5 trilhões para ser implementada em mercados emergentes.
Para repensarmos o papel das empresas na sociedade é fundamental avançarmos na mudança de cultura do mercado. A primazia do acionista, ou shareholder primacy, gerou distorções na administração e uma busca obsessiva por uma agenda de maximização de resultados no curto prazo.