Mesmo que eles passem mais tempo no exterior do que no Brasil, ninguém ousa questionar a brasilidade de Jorge Paulo, Marcel e Beto. Afinal, se até são chamados informalmente pelo nome em vez do sobrenome, os três empresários não diferem muito da maioria de nossos jogadores de futebol.

No entanto, quando se trata de sua capacidade de evitar burocracia e papelada, levantam-se dúvidas sobre a autenticidade do DNA. Entre esses homens, e até entre eles e suas equipes, palavras e apertos de mão dispensam carimbos em cartório, e-mails comprobatórios, processos decisórios de múltiplas instâncias.

Não se trata de um simples alinhamento; a relação deles se baseia em um tipo avançado de confiança. Na definição de José Salibi Neto, CKO da HSM, e Sandro Magaldi no livro Movidos por Ideias (ed. Campus/Elsevier), esse tipo se rege pela cumplicidade. De origem latina, a palavra remete a “enroscar, dobrar enrolando”, fazendo-nos pensar em um tipo de interdependência que serve como uma luva para a agilidade necessária no mundo dos negócios atual, conforme Salibi e Magaldi.