Por Fernando F. Suarez, James Utterback e Hye Young Kang

As transições tecnológicas são desafiadoras para as empresas. Enquanto  algumas possuem consciência e destreza para se tornarem as que primeiro adotam a nova tecnologia, o mais comum é que careçam de visão e comprometimento para serem líderes. Não raro, se aferram ao conhecido, desenvolvendo produtos híbridos que combinam elementos do velho e do novo. O problema é que as estratégias híbridas colocam até mesmo as melhores companhias em posição desfavorável quando o mercado finalmente adota a nova tecnologia. A isso damos o nome de “armadilha do híbrido”.

A transição de veículos com motores de combustão interna para veículos elétricos (EVs, na sigla em inglês) demonstra os perigos da hesitação em adotar o novo. A maioria das montadoras apostou em automóveis híbridos, que mesclam velho e novo. Isso abriu as portas para concorrentes que desenvolviam somente a tecnologia elétrica, mais destacadamente a Tesla. Foi preciso que o mercado evidenciasse o interesse pela marca para que as montadoras convencionais questionassem as estratégias híbridas e  percebessem que os veículos elétricos tinham potencial de amplo apelo de mercado. Em meados de 2017, quase toda fabricante convencional planejava lançar modelos elétricos em dois a cinco anos.