Seria possível inovar com uma solução privada para atender o déficit crescente de habitação no País, já no patamar de 6 milhões de moradias? Acreditando  que sim, o Instituto de Urbanismo e Estudos para a Metrópole (Urbem) e a Caiena, empresa de  tecnologia e design, começaram a discutir no início  de 2017 a criação de uma. A base era o entendimento de que a oferta de habitação de qualidade não deveria estar vinculada ao conceito de propriedade, que pauta hoje as políticas públicas de atendimento  habitacional, mas que precisaríamos ir em outra direção: garantir o acesso fácil da população aos imóveis disponíveis já construídos, por meio do aluguel.

Daí foi concebido o Alpop – Aluguel Popular, uma espécie de imobiliária digital voltada para a locação de imóveis para a população de baixa renda,  com três grandes diferenciais: (1) ser acessível pela internet ou pelo celular, (2) não restringir o acesso às pessoas com o nome sujo nos serviços de proteção ao crédito, ou sem comprovação de renda e (3) garantir o pagamento do aluguel em dia ao proprietário do imóvel.

Para atender a essas condições, o Alpop criou uma plataforma de fácil uso e a seguir customizou um modelo de análise de confiabilidade, no qual o perfil do locatário é avaliado por indicadores de credibilidade (existência de ações de despejo, permanência num mesmo endereço etc.), o que gera um score. Finalmente, para garantir o pagamento em dia ao locador, foi criado um modelo de contratação em que a imobiliária certifica  diretamente, com recursos de um fundo próprio, o recebimento na data prevista, sem que haja seguro, fiador ou caução envolvidos na negociação.