De fato, dobramos de tamanho nos últimos dois anos, de R$ 700 milhões para R$ 1,42 bilhão de faturamento anual em 2016. A crise jogou a nosso favor com o Giga, porque há muitos consumidores migrando para o chamado “atacarejo” e por ser uma operação com pagamento à vista. Isso nos deu tranquilidade para fazer a lição de casa com o Mambo, de cortar despesas, reposicionar preços e ampliar a margem Ebitda, que nas melhores lojas do Mambo já chega a 14%.

Foi, sim. Basta dizer que, em 2008, quando lançamos o Giga, nosso faturamento era de R$ 140 milhões anuais. Crescemos dez vezes em oito anos sem financiamento do BNDES ou algo equivalente. Não conseguíamos ser tão competitivos em preço no Mambo antes do Giga, porque não tínhamos escala de compra, mas agora temos. E a migração do público dos supermercados para o atacado continua a todo vapor. O cuidado somente é para evitar a canibalização, já que há cada vez mais atacarejos – a operação precisa ser muito melhor hoje.

Nosso sonho estratégico é daqui a dez anos ter 50% de nossas vendas vindo do canal eletrônico, mesmo considerando que o Grupo MGB vai continuar crescendo offline. Entendemos que a tecnologia está madura, com o online estimulando o offline e vice-versa. Começamos o e-commerce do Mambo em 2016 em um espaço ocioso no Giga do Tatuapé, e cresceu tanto que vamos mudá-lo para um galpão de 2 mil metros quadrados do lado de uma loja Giga. Para a distribuição, compramos uma frota novinha de 20 caminhões tripartidos – transportando mercadorias secas, geladas e congeladas – e colocamos os melhores funcionários para selecionar os produtos. Em junho deste ano, já superamos o faturamento do ano passado com o e-commerce; ele equivale a uma loja Mambo. Acreditamos tanto nessa frente que agora vamos entrar forte com o e-commerce do Giga, que é só B2B, pois não vai vender unidade solta, mas apenas caixa fechada. O cliente típico desse tipo de atacado, como o pizzaiolo, tem pouco tempo para as compras; precisa de um fornecedor confiável.