Um dos pensadores mais influentes do management, Hermann Simon destaca do que são feitas as empresas “campeãs Ocultas”, que têm sucesso discreto. Ele, que escreveu um livro sobre o tema publicado pela bookman editora no Brasil, é professor da London Business School e consultor de estratégia e marketing
5. A última crise financeira mundial teve forte impacto em todas as áreas da vida econômica. O que mudou nos negócios?
A mudança mais importante é a rápida passagem das receitas e do poder econômico do Ocidente para a Ásia. Vou dar o exemplo de uma grande empresa alemã no campo da engenharia industrial e da automatização. Antes da crise, seu plano estratégico considerava que a região da Ásia-Pacífico se igualaria à Europa entre 2018 e 2020, ou seja, em dez anos. Mas agora estima que ambas as regiões se equipararão em 2012. O forte crescimento asiático, combinado com o retrocesso da Europa e dos Estados Unidos, adiantou a data prevista. Para a empresa alemã, o problema é que 70% dos postos de trabalho e da cadeia de valor estão no Ocidente, mas grande porcentagem de suas receitas provém da Ásia. Como consequência da crise, ela deverá acelerar o investimento e aumentar as capacidades de fabricação na Ásia muito mais rápido do que planejava.
4. O sr. analisou as estratégias e práticas de empresas discretas que, entretanto, têm desempenho excepcional. Elas atuam em nichos, de pequenos a médios, que fabricam desde botões até gaitas e competem em escala mundial, em muitos casos com participação de 70% no mercado. Quais são os traços comuns desses “campeões ocultos”?