Algo de muito diferente está acontecendo no mundo dos conselhos de administração
Em 2011, a Starbucks contratou para seu conselho de administração Clara Shih, então com 29 anos de idade. Ela era uma empreendedora tecnológica graduada em ciências da computação por Stanford, que desenvolvia aplicativos e tinha emplacado, dois anos antes, um best-seller sobre a lógica do novo universo big tech The Facebook Era. Howard Schultz e seus colegas foram bastante ousados em contratar alguém tão jovem, do sexo feminino e nascida em Hong Kong. Mas Shih deve fazer um bom trabalho como conselheira independente, porque, nove anos depois, continua ocupando a cadeira.
A Starbucks desafiou o padrão dominante de board member homem branco de cabelo branco e vasta experiência executiva porque identificou cedo um novo contexto competitivo e novas necessidades a atender. De um lado, o iPhone tinha chegado quatro anos antes. De outro, a crise de 2008 levara a índices aterradores de desemprego. As empresas mais tradicionais parecem ver agora contexto e as necessidades, e assim se abrem à ideia de transformar seus boards. A Covid-19 parece ter acelerado a consciência.