Sete medidas aumentam significativamente as chances de sucesso durante o período de expatriação e na volta
Certo dia, ao chegar ao escritório, alguém lhe dá a notícia: você foi selecionado para ser expatriado. Colocam a proposta na mesa, a cidade de destino, o salário, os benefícios... Provavelmente, dirão que é uma oportunidade ímpar para você desenvolver competências e habilidades. Se for um dos tantos brasileiros que sonham com uma carreira internacional, o primeiro impulso será aceitar na hora.
Na nova economia, esses convites ocorrem com frequência cada vez maior. Segundo o estudo Mobility Brasil 2019, desenvolvido anualmente pela Global Line em parceria com a Worldwide ERC e apoio da Fundação Instituto de Administração (FIA), o número de brasileiros que deixaram o Brasil cresceu significativamente em um ano – mais 23% foram transferidos por empresas estrangeiras e 13% por empresas brasileiras. Os setores que mais expatriaram ano passado foram as indústrias de alimentos, petróleo e TI. Os motivos principais para as empresas promoverem carreiras internacionais são três: desenvolver gestores (24%), resolver uma necessidade técnica lá fora (24%) e atender a necessidade gerencial (14%).
Porém, a empresa corre vários riscos. Segundo estudo da PwC, um terço dos expatriados acaba em turnover, ou seja, é “perdido” para outra empresa. “Por isso, a importância de uma boa gestão de expectativas”, alega Antonio Salvador, membro do board da Saraiva e investor & advisor da Pin People. Do restante que permanece na companhia, 50% voltam para a operação no Brasil e os demais continuam no processo de expatriação mundo afora. Alguns voltam por terem fracassado. O insucesso de uma transferência internacional está associado a questões familiares e outras razões, conforme o estudo Mobility Brasil 2019 [veja quadro na página 35]. Para reduzir tais riscos, duas em cada três empresas já oferecem treinamento intercultural aos seus transferidos.