Em tempos de instabilidade econômica, é normal que as empresas precisem de mais tempo para colocar o fluxo de caixa em ordem, com o pagamento integral de fornecedores e a retomada de investimentos. Em 2016, três em cada dez companhias tiveram dificuldades para pagar suas dívidas - algumas estendidas até este ano, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae). O levantamento aponta que 17%, o equivalente a dois milhões de empreendedores, começaram 2017 com contas em atraso.

De acordo com o Sebrae, a crise é a principal responsável pelos atrasos. Mas, apesar de o cenário ainda ser instável, é possível se planejar para resolver a questão: no final de 2016, por exemplo, 72% dos inadimplentes conseguiram renegociar dívidas, alternativa incentivada pelo Mutirão da Renegociação, campanha do Sebrae que disponibiliza ferramentas para micro e pequenas empresas quitarem seus débitos, aderindo a parcelamentos e procurando bancos, fornecedores e locatários para auxílio.

Veja, a seguir, mais três dicas:

1- Busque os credores

O primeiro passo é procurar seus credores e ser verdadeiro. Mostre que não é seu intuito continuar com a dívida, mas que, apesar de não ter condições de quitá-la no momento, está disposto a negociar. As negociações de forma parcelada costumam funcionar bem em casos de dívidas que não precisam ser pagas de forma integral e única, como IPVA e taxas de licenciamento.

2- Não crie outras dívidas

Com o caixa pressionado pelos resultados baixos de 2016, é importante que, durante o processo de quitação, você não faça uma nova dívida. Acumular mais despesas só vai atrasar ainda mais o acerto de contas. Para isso, é fundamental realizar um levantamento de todas as entradas e saída da empresa, para não correr o risco de se endividar ainda mais.

3- Fique atento em casos de empréstimos

Se não houver outra maneira e você precisar buscar um empréstimo, já que os juros são mais baixos dos que os aplicados no cheque especial e cartão de crédito, que giram em torno de 13% ao mês, fique atento aos prazos de pagamentos e negocie. É possível, por exemplo, conseguir juros em torno de 5% ao mês. Porém, o pagamento deve respeitar as condições atuais da empresa sem se basear em previsões de lucro. Além disso, optar por empréstimos com garantia é melhor do que financiar capital em giro.

Mas, lembre-se de que não há uma regra fixa para todos os negócios. Por isso, é importante sempre pesquisar diferentes instituições e empréstimos para encontrar o melhor para o perfil de sua empresa. No caso de parcelamento, o ideal é pagar a menor parcela possível e ter um prazo mais longo, já que o compromisso do fluxo de caixa fica menor, diluindo o esforço no tempo e alavancando as vendas e resultados.

Fonte: Conrado Navarra, fundador do Dinheirama.com e Sebrae.