O mundo nunca foi tão próspero quanto é hoje. As pessoas vivem mais e com mais saúde do que jamais tiveram. Em contrapartida, a época também é de maior desigualdade econômica e social e de aumento da incerteza. Assim, a sociedade está sendo desafiada de maneiras nunca vistas – com retóricas populistas a favor de economias fechadas e profunda desconfiança em relação às elites políticas e empresariais. A população só se polariza e novos riscos podem surgir para reduzir o investimento (já baixo) e minar a prosperidade futura.

Conforme mais pessoas se sentem deixadas para trás pelo progresso econômico, a insatisfação e a polarização podem crescer e viralizar. Assim, as empresas logo se veriam em um ambiente de risco político em termos de comércio, acesso ao talento, regras e restrições regulatórias e limitações quanto a novas tecnologias.

A desigualdade econômica atual é resultado de como escolhemos gerenciar a globalização e a tecnologia. Fato é que esses dois aspectos sempre repousaram sobre “falhas geológicas”. A geração de riqueza não resulta automaticamente em distribuição justa das recompensas; liberdade de comércio, capital e movimento da mão de obra criam vencedores e perdedores, assim como fazem as novas tecnologias. O apoio popular à globalização sempre se baseou na premissa de que a maioria se beneficiaria: muitos seriam bem-sucedidos com o próprio esforço, e uma rede de segurança social, providenciada pelos governos, protegeria os temporariamente prejudicados. (E as empresas poderiam concentrar-se em gerar crescimento, inovação e, em última análise, riqueza social.)